terça-feira, 21 de junho de 2011

panegírico dos dias cerrados


"um país sussurra dificilmente, nas calçadas, nos quartos, um país puro existe, homens escuros, uma sede que arfa, uma cor que desponta no muro, uma terra existe nesta terra
nós somos

14 comentários:

João Mourão disse...

Grão verdadeiro. Excelente foto. cada vez mais adoro este blog e o teu trabalho. É uma fonte de inspiração e introspecção.

the dear Zé disse...

olha que coisa, o grão (verdadeiro, como se diz aí em cima) a rasgar a tela como uma fotografia impressa em pedra em vez de papel. ou não é nada disto mas sim a captura verdadeira de um ectoplasma, tanto como essa técnica o permite...

uma excelente fotografia

queliques é que aqui não são um produto local...

bêjos

Rui Ivo Lopes disse...

Vejo-a tendo como fundo no meu ouvido "Pastelaria" de Mário Cesariny (http://cesariny.blogs.sapo.pt/3535.html).

Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício

Na queda para a densidade opressora há quem ainda se lembre que existimos que podemos fazer a diferença com um bom dia que lançamos com os punhos cerrados

Anónimo disse...

Linda e sobretudo muito original. É, de facto, uma fonte de inspiração.

IRIS disse...

João e Pedro, não caibo em mim de lisonjeamento, ser fonte de introspeção e inspiração, penso ser a aspiração de qualquer blogue, por exemplo, para não ir mais longe :-). muito obrigada pela vossa generosidade e assiduidade, também, por aqui. sabemos todos que esta última é também enorme fonte de inspiração, caso contrário, dificilmente nos aventuraríamos nestas, por vezes, árduas, aventuras virtuais e siderantes. eu comento pouco (muitas vezes por falta de tempo e/ou inspiração compatíveis com as vossas mensagens), mas visito assiduamente.

Zé, nem imaginas como a ideia do ectoplasma me é entusiasmente :-). já me fizeste levantar desta cadeira em voo diáfano :-). muito obrigada, ou isso não fosse claro :-).
quanto aos queliques, hesitei em por a fonte do extrato deste poema, por achar que poderia ser excessivo, mas agora a luz do dia revela que merece. ei-lo que entra em palco :-).

Rui, é mesmo isso, por entre os poros da trama da cortina de pedra, de alguns dias... :-). obrigada.

muitos bêjos e beijos

IRIS disse...

e esqueci-me de dizer que o poema "nós somos" é do António Ramos Rosa e faz parte da sua obra "sobre o rosto da terra", de 1961. é assim a poesia (como a filosofia), a linguagem da essência, por isso, intemporal.

Remus disse...

A Iris começa a ter o dom de me irritar profundidade. E começo a achar que sente um enorme prazer, em espetar com fotografias deste calibre nos nossos pobres olhos.
Como é que a Iris consegue encontrar estas coisas e eu não?
Para me sentir melhor, vou acreditar que é um defeito da minha máquina...
:-)

Muitos parabéns!

IRIS disse...

Remus, fazes-me rir alto! o enorme prazer é conseguir que as sensações, os sentimentos e as ideias que, por alguma razão, se fazem relevantes para mim, se constituam comunicação neste espaço e tempo por vezes tão precário :-). se ainda não sabes, fica sabendo que a tua "irritação" se transforma numa enorme lisonja quando passa para o lado de cá (sadomasoquismos à parte) ;-).
quanto a essa brincadeira de encontrar coisas, tu sabes que são elas que nos encontram a nós, é só deixar, não é? ;-)
agradecida :-)

ana barata disse...

Que posso mais dizer? Apenas repetir que a tua visão sensível do mundo me encanta, Iris. Foi muito bom ter-nos cruzado :).

IRIS disse...

pois foi, Ana, porque a tua visão é outro encanto :-). obrigada

Michèle Dassy disse...

J'aime beaucoup les reflets, ces reflets-là.

Anónimo disse...

Abrir a janela.
deixar entrar.
mais um dia com grão.
David Sylvian - Orpheus https://www.youtube.com/watch?v=4YuvdDPYEy0&feature=player_embedded

Beijinho da Maria

Helder Ferreira disse...

Ignorância a minha que não sabia o que significava "Panegírico". :-) Fui fazer umas investigações e agora que sei o que significa, adequa-se ao texto e a à foto que nem uma luva! Brilhante! :)

IRIS disse...

reflets dures, Michèle, merci.

é lindo, não é, Maria? :-)

Hélder... ufffffffffffffff... bem regressado sejas!
obrigada e obrigada também pelas investigações, espero que te tenham valido a pena ;-)

bisous e beijinhos